O sapo e o Poeta!
Clicia Pavan


Caminho ao longo da madrugada,
 no meu silêncio, flagelado penso...
Na solidão do poeta,
 nas lágrimas da madrugada... 
No meu silêncio encontro uma porção
pequena de tanta gente...!!



Fixo meu olhar em um feio sapo,
 que me olha profundo...
A piedade é o pior dos sentimentos...
 Mas nos extremos,
a natureza coloca o poeta...
 diante de uma bela flor, um sapo?



  Poeta, o que está feito não tem jeito,
 sou feio mesmo.
Meus anseios não são os espelhos...
Na tua imaginação não passo de um infeliz ser...



Aos teus olhos sou apenas um espantalho...
  Não uso disfarce, sou um sapo!!
 Um feliz feio,
que canta de peito aberto, na madrugada!!



 Canto a alegria doida de amar a vida!
Não tenho uma bela imagem externa...
 Mas canto anunciando
a primavera,
 um grito sincero de uma mensagem eterna...
que faz a chuva cair dos céus...
Desabrochando a terna flor dos poetas...



 Poeta, a flor chora diante do meu amor!!
Pois, meu canto é a vida que Deus me deu.

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Página editada em 13/07/2004.